sábado, 3 de dezembro de 2011

Marinheiro Só

O sal, o fumo, estão impreguinados

Em minhas longas barbas.
O sol, o mar, na minha pele seca.
Há tanta mentira em terra firme,
que não ouso falar das coisas que vejo;
As lulas gigantes, os peixes de dois olhos...
Seriam história de pescador.


A cada dia que me lanço em alto mar
Torço para ser tragado
ser afogado pelas tempestades
mas elas não me levam...


Sobrevivo das sardinhas
Quando volto de redes vazias
a tempestade balança meu barraco
A areia branca está em minha lingua.


Esta noite mais uma vez
me juntarei a ela no céu
O mesmo céu que nos cobre
mas nunca me acolhe.

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