quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

LOUCO

Esta é a epoca mais estranha da monha vida
pois reconheci que estou mesmo louco
louco por dentro, e não posso deixar isso escapar
por mais que alguns já tenham notado
esse processo ainda é interno, e crescente...

Como comida estragada se revirando no estômago
subindo em refluxo e eu teimando em engolir
se deixar escapar, se essa loucura transbordar
me prenderão
aí sim ela tomará conta de mim por completo
transpirarei esta insanidade que lavará meu corpo por fora
se impreguinará para sempre
visivel e exposto aos olhos de todos
me apontarão, me darão remédios, choques, ordens
para me manterem, normal...

É como guardar um segredo grandioso
quando está em uma conversa monótona
é como dizia Freud, o ser humano simplesmente nao consegue...
morde os lábios, cruza as pernas, batuca os dedos na mesa
até não se aguentar e acaba contando.
este eu não posso contar a ninguém
estou louco...
e saio de dentro de mim mesmo varias vezes
e me observo
as vezes com despreso
outras com pena
outras com paixão e estranheza
volto pra dentro de mim e já sou outro novamente
porém ainda doente
com uma tara absurda pela morte, pelo fim
mas não corajoso o suficiente para enarala de frente
e me entregar ao seu beijo enebriante
ainda não...

O fato é que essa loucura é uma bomba
que irá me emplodir
quer queira o relógio chegue ao zero
ou eu mesmo puxe a trava
esa loucura vai me implodir.

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Cem vidas sem vida

fonte:Google
As tragédias vem rápido
chegam e se instalam
vão embora deixando sua mancha pelo chão, nas paredes.

Como o dia que está claro e escurece,
se apaga e chora em chuva
cresce em tempestade, ventania e frio
ela chega depressa.
Como uma ligação no meio da noite,
um grito na vizinhança...

O dia não leva um dia inteiro para terminar, escurecer...
Isso acontece em instantes, por volta das seis e dez
seis e quinze
e a luz artificial ocupa o lugar da natural
mas não com o mesmo poder.

Quem criou a regra do jogo?
quem perde, quem ganha...
Qual dor é maior?
a perda de um gato, de um irmão
o pai que enterra o filho
o filho que enterra o pai.

A felicidade existe, já foi vista e não é um mito.
Mas é difícil e distante de se alcançar.
Talvez se leve duas, dez, cem vidas até se conquistá-la.

E nessa busca, convive-se com a tristeza
se aprende e se lída com ela
obrigados a ingerí-la, mastiga-la, degustá-la
sem direito a vomitá-la, dispensá-la pelo esgoto.

Os dedos foram estalados, o olho se fechou
o cadeado trancou-se e o silêncio se fez
sem perguntas, sem respostas, apenas aceita-se e a sente.
A tristeza, a escuridão, o frio.

Cem vidas, sem vida...
Cavalgando atravéz do tempo, sem refresco do vento no rosto
sem conquista de novas terras, lugares, espaços.

Até onde o cavalo aguentará nos carregar?
A partir de quando teremos que caminhar com nossas próprias pernas?
Com o olhar no orizonte inalcanssável.

E a felicidade está lá
no horizonte distante
ao mesmo tempo estático, e fugindo de nós...
mas, se foge, movesse de um ponto a outro mais distante
talvez encontre outros alguéns
que também aguardam, que também buscam...
e também trazem na lingua o mesmo gosto
da escura, fria e amarga tristeza
que chega rápido
num estalar de dedos
ao fechar dos olhos
nos instantes que separam o dia e a noite.

sábado, 3 de novembro de 2012

Beber com os Anjos

fonte: Google
Amanheceu e eu saí pra ouvir melhor os pássaros
só queria ouví-los melhor do que de dentro do banheiro.
Mas a medida que meus ouvido foram se abrindo e se abituando,
comecei a ouvir também os carros na avenida,
as pessoas passano na rua.

É uma droga mesmo, não se pode estar sozinho mais
e ouvir apenas a brasa queimando o fumo na ponta do cigarro
a respiração se misturaando a brisa fria dessa manhã fria
meus pensamentos tão pesados...
não se pode mais estar só por um momento em lugar algum.

E ouvi os passos por saltos de mulher se aproximando
apressados e crescentes.
Pra onde ela vai arrumada asim a essa hora?
Hoje é sábado! por que não esá envolta nos lençóis dormindo?
Até o "grande arquiteto" dessa merda toda descansou no sá bado não foi?
Ah não...o descanso foi num domingo...
Sábado ele se arrumou também,
e foi beber com os anjos...

Um cachorro também passou pela rua
me olhou, me encarou
tenho certeza que me cumprimentou.
E eu não soube o que fazer,
aquela sensação de conhecer alguém novo e não saber como se portar...
Ele me cumprimentou com seu olhar...

Eles veem me cumprimentando ha tempos!
Os cães, os gatos, os pássaros...
e nós não cumprimentamos devolta.
Preferimos apertar mãos fracas, beijar faces frias...
Porquê? são iguais a nós?
Nunca mais ignorarei o olhar de um cão...

Hoje quero sair pra beber com os anjos
e descançar amahã, acordar envolto em lençóis
e continuar alí.
No silêncio entre meu ouvido e o travesseiro...

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Espectador

Desisti  de viver
passei a assistir a vida apenas
não quero fazer parte de nada
participar de nada.

Estou me armando...não de armas
mas de conhecimento, de tudo que nunca tentei entender
olhando para tráz, buscando no passado, respostas

Me armando e voltando-me para mim mesmo
me enchendo sem querer inundarme
sem ter a quem e porque me derramar.

Não quero mais me apaixonar
participar da competição da vida
pois não há prêmio suficiente caso ganhe.

Não que ro mais ganhar nada
participar de nada
nem que me participem, me incluam.

Não quero divulgarme, ser conhecido nem reconhecido
não mais compartilhar nada, pois ninguém quer verdadeiramente saber.

Assistir a vida dos outros
sua reações, dúvidas e glórias
assistir comendo pipoca, e esquecer depois.

Até meus olhos cansarem, ou minha tv ocular pifar.
E perceber que nada aprendi, somente me entreti
por algumas horas...

sábado, 1 de setembro de 2012

virgulas

(fonte:google)

Acordamos, fumamos, caminha mos pela rua, padaria, um café, um pão na chapa, a lotação...
O trem, a música,a rua novamente, o prédio, o elevador, a cadeira, a mesa...
O intervalo, o lanche, a conversa desinteressante.
O por do sol, a chuva, a volta, o cochilo, a cabeça na janela.
A ladeira, o portão, o banheiro.
O telefone, a espera, o atraso, o beijo, a transa...
A cerveja, a despedida, os pensamentos, o fracasso.
O livro, a privada,a água, a tosse, a tv, a cama.

Acordamos, fumamos, caminha mos pela rua, padaria, um café...
...quando isso terá um fim?