quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Cem vidas sem vida

fonte:Google
As tragédias vem rápido
chegam e se instalam
vão embora deixando sua mancha pelo chão, nas paredes.

Como o dia que está claro e escurece,
se apaga e chora em chuva
cresce em tempestade, ventania e frio
ela chega depressa.
Como uma ligação no meio da noite,
um grito na vizinhança...

O dia não leva um dia inteiro para terminar, escurecer...
Isso acontece em instantes, por volta das seis e dez
seis e quinze
e a luz artificial ocupa o lugar da natural
mas não com o mesmo poder.

Quem criou a regra do jogo?
quem perde, quem ganha...
Qual dor é maior?
a perda de um gato, de um irmão
o pai que enterra o filho
o filho que enterra o pai.

A felicidade existe, já foi vista e não é um mito.
Mas é difícil e distante de se alcançar.
Talvez se leve duas, dez, cem vidas até se conquistá-la.

E nessa busca, convive-se com a tristeza
se aprende e se lída com ela
obrigados a ingerí-la, mastiga-la, degustá-la
sem direito a vomitá-la, dispensá-la pelo esgoto.

Os dedos foram estalados, o olho se fechou
o cadeado trancou-se e o silêncio se fez
sem perguntas, sem respostas, apenas aceita-se e a sente.
A tristeza, a escuridão, o frio.

Cem vidas, sem vida...
Cavalgando atravéz do tempo, sem refresco do vento no rosto
sem conquista de novas terras, lugares, espaços.

Até onde o cavalo aguentará nos carregar?
A partir de quando teremos que caminhar com nossas próprias pernas?
Com o olhar no orizonte inalcanssável.

E a felicidade está lá
no horizonte distante
ao mesmo tempo estático, e fugindo de nós...
mas, se foge, movesse de um ponto a outro mais distante
talvez encontre outros alguéns
que também aguardam, que também buscam...
e também trazem na lingua o mesmo gosto
da escura, fria e amarga tristeza
que chega rápido
num estalar de dedos
ao fechar dos olhos
nos instantes que separam o dia e a noite.

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